ROPA / Maternidade Partilhada

De que se trata?

Maternidade partilhada

Os tratamentos de ROPA (“Recuperação de Ovócitos da PArceira” / Maternidade Partilhada), também conhecidos como fertilização recíproca, são uma técnica que Procriação Medicamente Assistida concebida para casais de mulheres, nos quais ambos os elementos do casal desejam participar na conceção da criança. Na ROPA/Maternidade Partilhada:

  • uma das parceiras contribui com os ovócitos;
  • um dador de esperma contribui com o esperma:
  • a outra parceira tenta engravidar.

O que pode esperar

Tratamento adaptado ao seu caso

Os nossos planos de tratamento são personalizados para cada paciente, de forma a maximizar as hipóteses de uma gravidez bem-sucedida.

Rigor na seleção de embriões

Combinamos metodologias de inteligência artificial com as imagens obtidas durante a cultura embrionária no sistema EmbryoScope, para uma seleção de embriões mais informada e rigorosa.

Transparência na escolha

A Ferticentro defende que a seleção do dador de esperma, enquanto etapa fundamental deste tipo de tratamentos, é um passo que deve ser feito de forma completamente transparente e informada por parte das pacientes, que devem poder aceder ao perfil detalhado do dador, elaborado dentro dos limites da legislação portuguesa.

Fases do tratamento

Consulta e exames médicos iniciais

Na primeira consulta, o medico especialista em fertilidade avaliará cuidadosamente ambos os elementos do casal e as opções de tratamento mais indicadas para vos ajudar a engravidar. Iremos analisar os resultados de eventuais testes e tratamentos já realizados, sendo igualmente possível que vos seja pedido que se submetam a outros exames médicos, para completar o processo de diagnóstico. Com base nestes elementos poderemos desenvolver um plano de tratamento adaptado e, deste modo, maximizar as hipóteses de uma gravidez bem-sucedida. Estes exames podem incluir análises ao sangue ou ecografias, entre outros.

Confirmação do plano de tratamento

Depois de receber os resultados dos exames solicitados na primeira consulta, o médico especialista em fertilidade conversará convosco para rever a informação e definir o plano de tratamento. O Gestor de Pacientes fornecer-vos-á então toda a informação sobre os custos associados ao tratamento, discriminados e detalhados, para que os possam rever e aprovar. Notem que, por razões clínicas (nomeadamente em certas situações de tratamentos iniciados à distância), por vezes esta etapa pode durar um pouco mais. De qualquer modo, a aprovação prévia dos custos do tratamento por parte do casal é um passo que é sempre indispensável.

Seleção do dador

A nossa Equipa de Doação trabalhará convosco para encontrar o dador de esperma ideal. Na Ferticentro, todos os nossos dadores de esperma são cuidadosamente selecionados, examinados e submetidos a um processo de avaliação psicológica. Trabalhamos apenas com doações não anónimas, o que nos permite fornecer-vos perfis detalhados de dadores para que possam tomar uma decisão informada. Para mais informações, consultem o nosso Guia de apoio à Doação.

No banco de esperma da Ferticentro, do qual fazem parte dadores selecionados em Portugal, disponibilizamos perfis detalhados dos dadores, para que possam estabelecer uma melhor ligação com a pessoa que a está a ajudar neste processo. Para mais informações, consultem o Guia de apoio à Doação que a vossa gestora de pacientes fornecerá.

Todos os nossos dadores de esperma passam por uma pré-seleção cuidadosa, que, no caso dos testes de rastreio genético, pode ser estendida bastante para além dos requisitos mínimos legais. De facto, temos testes que nos permitem avaliar a compatibilidade genética entre o dador de esperma e a paciente originária dos óvulos que, na sua versão mais completa, podem incluir mais de 2.200 doenças. Para mais informações sobre estes testes, contacto connosco pelos meios habituais.

Para além de sermos o maior banco de esperma em Portugal, colaboramos também com bancos de esperma internacionais sediados na União Europeia, a partir dos quais estamos autorizados a receber amostras.
Independentemente da origem do dador, recomendamos vivamente a reserva de um número adequado de palhetas, não só para garantir o tratamento atual, mas também para facilitar opções futuras, como o tratamento para um segundo filho.

Estimulação ovárica

Uma vez aprovado o orçamento do tratamento, podemos dar início ao processo.

Uma das mulheres do casal é sujeita a um processo de estimulação ovárica, com injeções subcutâneas de hormonas gonadotrofinas durante cerca de 12 dias, sendo que nesse período são realizadas análises ao sangue (para controlar níveis de algumas hormonas) e ecografias (para medir o diâmetro dos folículos em desenvolvimento no interior do ovário). Quando os folículos atingem um tamanho suficientemente grande (habitualmente mais que 17 mm), desencadeamos a ovulação com um último medicamento – e, 36 horas mais tarde, fazemos a punção folicular para recolha dos óvulos directamente a partir dos ovários. Este é um processo rápido, que por norma é realizado sob sedação (anestesia geral que dura cerca de 10-15 minutos) e no final do qual, após um período de repouso na clínica, a mulher pode regressar a casa e fazer uma vida normal.

Punção folicular

A recolha de óvulos diretamente a partir dos ovários é realizada sob monitorização ecográfica, por um médico médico experiente neste tipo de procedimentos. Esta intervenção é efetuada sob sedação e demora cerca de 15 minutos. Os óvulos obtidos neste procedimento são depois colocados num meio de cultura especial enquanto aguardam a próxima fase de processamento

Fertilização dos óvulos

Os óvulos recolhidos são posteriormente fecundados em laboratório com os espermatozóides do dador previamente selecionado, através da técnica de ICSI.

Cultura embrionária

Uma vez ocorrida a fecundação, os embriões obtidos serão colocados numa incubadora especial, em condições ótimas, até ao dia da respetiva transferência para o útero. Na Ferticentro, todos os nossos tratamentos são efetuados no sistema Embryoscope, que nos permite controlar e monitorizar o desenvolvimento embrionário 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem que seja necessário retirá-los da incubadora e sujeitá-los a variações de temperatura e pH. As imagens do desenvolvimento desses embriões são posteriormente avaliadas através de algoritmos complexos de inteligência artificial, que nos ajudam a identificar os embriões com maior potencial de implantação no útero.

Preparação do útero para receber os embriões

A pessoa que vai receber a transferência de embriões deve realizar um processo de preparação uterina para poder engravidar. Este processo pode ser feito de forma sincronizada com a estimulação ovárica da companheira – e nesse caso os embriões são transferidos a fresco -, mas na maior parte das situações é feito de forma diferida, com os embriões a serem criopreservados (vitrificados) e a preparação do útero a ser realizada num outro momento.

Nos casos de tratamento diferido, todos os embriões obtidos devem ser criopreservados, para que possam, posteriormente, ser transferidos para o útero. Nestes casos os embriões são congelados após 5 a 6 dias de cultura embrionária.

A opção entre tratamento sincronizado ou diferido é frequentemente determinada por razões logísticas (dificuldade de sincronização de ciclos e de disponibilidade dos dois elementos do casal no momento certo), mas é também muitas vezes recomendada por motivos médicos – pois o benefício de otimizar a preparação uterina excede os riscos do processamento laboratorial acrescido associados ao processo de congelação/descongelação (embora hoje em dia tenhamos taxas de sobrevivência embrionária superiores a 98%).

Transferência de embriões

O procedimento de transferência de embriões é uma das fases finais do processo. O médico colocará um ou dois embriões no útero, para tentar obter uma gravidez (o número de embriões a transferir é uma decisão médica, que resulta da avaliação cuidadosa de cada caso individual). No caso dos tratamentos em que tenham sido congelados todos os embriões, estes serão, naturalmente, descongelados e transferidos para o útero, através de um procedimento designado por “Transferência de Embriões Criopreservados – TEC”.

Nos tratamentos a fresco, ou seja, em que não são utilizados embriões criopreservados, quaisquer embriões viáveis que não sejam utilizados podem ser criopreservados e guardados no nosso laboratório de PMA. Estes embriões podem depois ser utilizados num ciclo subsequente de transferência de embriões criopreservados (para uma segunda gravidez ou se a primeira tentativa falhar).

Teste de gravidez

Após a transferência  embrionária terá de aguardar 12 dias para efetuar um teste de gravidez. A Ferticentro recomenda sempre que o teste de gravidez seja feito através de uma análise ao sangue, para maior rigor dos resultados.

Criopreservação de embriões

Os embriões excedentários viáveis que não forem utilizados na primeira transferência de embriões podem manter-se criopreservados nas nossas instalações, para que possam ser utilizados num ciclo subsequente de transferência de embriões criopreservados (para um segundo filho ou caso a primeira tentativa não seja bem-sucedida).

Independentemente de quem originou os ovócitos ou quem tentou engravidar, os embriões gerados neste tratamento pertencem sempre ao casal, tendo ambos os elementos deste exactamente os mesmos direitos sobre estes – isto faz com que o método ROPA seja, de facto, um projecto conjunto e de grande responsabilidade para ambos os elementos do casal. Por esta razão, estes embriões excedentários adicionais podem ser transferidos para a mesma pessoa que recebeu o primeiro embrião ou para o outro elemento do casal. Os tratamentos de ROPA / Maternidade partilhada / fertilização recíproca são processos verdadeiramente partilhados!