Fases do Tratamento
1. Controlo e estimulação dos ovários
Após a primeira consulta, e de acordo com as indicações médicas, a mulher inicia o tratamento para indução da ovulação. Estes medicamentos, administrados por via injetável, vão estimular os ovários a produzir mais ovócitos (óvulos) que o habitual.
Normalmente, em cada ciclo menstrual liberta-se apenas um óvulo. Para a Fecundação In Vitro é desejável obter-se vários óvulos maduros. Através da realização periódica de ecografias e análises ao sangue, a equipa médica vai controlando o desenvolvimento dos ovócitos.
Assim que se verifique que os folículos já estão suficientemente desenvolvidos e contêm no seu interior um ovócito maduro, é administrada uma injecção de outra hormona. Esta hormona tem como função provocar a libertação dos ovócitos a partir dos ovários.
Nesta fase, o tempo tem um papel fundamental: a punção (recolha dos ovócitos a partir dos ovários) deverá ser realizada 35 a 36 horas após a administração da hCG. É muito importante que sejam respeitadas as horas indicadas pelo ginecologista para administração das várias injeções. De outra forma, todo o processo de tratamento poderá ser posto em causa.
Na Ferticentro temos especial cuidado com esta fase do processo. A Ferticentro acompanha as pacientes durante 24 horas. É importante garantir que todas as dúvidas sejam esclarecidas e os medicamentos administrados corretamente.
2. Punção
A punção é a operação de recolha dos ovócitos feita com controlo ecográfico e sob sedação. Consiste na introdução de uma agulha muito fina na vagina, que irá permitir a recolha de ovócitos a partir de cada um dos ovários. Esta operação dura cerca de 15 minutos. A partir daí começa a aplicar progesterona, de forma a preparar o endométrio para que a implantação dos embriões possa ser bem-sucedida.
No mesmo dia da punção é feita a recolha de esperma, de forma a que seja utilizado no tratamento de fertilidade. Caso o parceiro masculino não possa estar presente no dia da punção, o esperma poderá ser criopreservado previamente. Depois de obtido, o esperma é centrifugado a alta velocidade e sujeito a uma série de processos laboratoriais. Posto isto são seleccionados os espermatozóides mais fortes e com melhor capacidade de fecundação.
Após a punção os ovócitos são transferidos para meios de cultura no laboratório. Os espermatozóides são colocados em contacto com os óvulos. Só no dia seguinte se verifica quantos foram fecundados.
Quanto maior for o número de óvulos e melhor qualidade do esperma, maiores serão as possibilidades de se obterem embriões. A FIV garante menores taxas de fecundação, uma vez que o espermatozóide não é introduzido diretamente no óvulo (como acontece na ICSI).
3. Transferência de embriões
No dia da transferência selecionam-se os melhores embriões e procede-se à transferência de um ou dois. Apesar de, por lei, poderem ser transferidos, no máximo, dois embriões, esta é sempre uma decisão clínica. Cada caso terá de ser avaliado individualmente.
Os embriões são transferidos para o interior do útero, não sendo necessária anestesia. É recomendável que, após a transferência de embriões, a mulher evite esforços físicos e repouse durante, pelo menos, 3 dias.
4. Criopreservação de embriões
Os embriões excedentários podem ser congelados e utilizados num outro ciclo. Podem ainda ser doados para investigação científica, podem ser doados ou podem ser destruídos. Cabe à(s) pessoa(s) beneficiária(s) do tratamento de PMA a decisão sobre o seu destino, desde que respeitadas as condições previstas na lei.