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Tenho 37 anos e o meu parceiro 40. Será que somos demasiado velhos para ter filhos? Em ambos os sexos a fertilidade diminui com a idade, mas esse declínio é mais rápido na mulher. Aos 35 anos as mulheres são 50% menos férteis que aos 25 anos e aos 40 anos são 50% menos férteis do que eram aos 35. Embora os homens se mantenham férteis até mais tarde, a sua fertilidade também diminui com a idade. A resposta a esta pergunta depende da situação clínica de cada casal. No entanto, a aplicação de técnicas de PMA com embriões produzidos a partir dos ovócitos e espermatozóides de ambos os elementos do casal é possível até à menopausa, no caso da mulher, ou desde que existam espermatozóides, no caso do homem.
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Será que por ter feito um tratamento de PMA eu corro mais riscos de ter um aborto espontâneo? Após concepção natural (isto é, sem o recurso a técnicas de PMA), 15 % das gestações clínicas identificadas acabam por terminar em aborto espontâneo. No caso da PMA, esse risco varia entre 15 e 20%. Este pequeno aumento do valor do risco deve-se essencialmente a dois factores: * O facto de, no caso das mulheres que foram sujeitas a tratamentos de PMA, o teste de gravidez ser feito ligeiramente mais cedo; * O facto das mulheres sujeitas a tratamentos de PMA serem, em média, mais velhas que as da população em geral (pois o risco de aborto espontâneo aumenta com a idade).
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Quais são os riscos de uma gravidez múltipla? Existem muitos riscos associados às gravidezes múltiplas, quer para os bebés, quer para a futura mãe. Os bebés provenientes de uma gravidez múltipla têm maior probabilidade de nascerem prematuros e com baixo peso ao nascer. A incidência de paralisia cerebral é 5 vezes mais elevada nos gémeos duplos e 18 vezes maior nos triplos do que nas crianças nascidas de uma gravidez de feto único. Além disso, o risco de morte fetal ou na primeira semana de vida é 4 vezes mais elevado nos gémeos duplos e 7 vezes maior nos triplos do que nas crianças provenientes de gravidezes de feto único.
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Será que me podem transferir mais que dois embriões? Ouvi dizer que quanto mais embriões se transferirem, maior será a probabilidade de eu engravidar... Está demonstrado cientificamente que a limitação de não se transferirem mais que dois embriões em cada ciclo de tratamento não prejudica significativamente as taxas de gravidez e limita bastante o número de gravidezes múltiplas. No entanto, há situações (casos mais complicados, mulheres com idade superior a 40 anos ou que já tiveram anteriormente tentativas falhadas, etc.) em que pode ser necessário transferir mais que dois embriões. Cabe ao médico ginecologista tomar a decisão em conjunto com o casal, depois de analisados todos os factores clínicos envolvidos em cada caso.
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Ouvi dizer que a realização de tratamentos de ICSI pode provocar defeitos ao nascer nas crianças. É verdade? A ICSI é um tratamento ainda relativamente recente e que tem sido alvo das atenções de investigadores de todo o mundo. A primeira preocupação que surgiu relativamente a este tratamento foi o facto dos homens inférteis poderem transmitir a sua infertilidade aos filhos rapazes através dos seus genes. Uma vez que só em 1993 nasceram as primeiras crianças obtidas após um tratamento de ICSI, esta é uma questão ainda não completamente esclarecida. No entanto, caso este seja um problema que o preocupa, recomendamos que fale com o médico da Ferticentro que o acompanha, para esclarecimento da situação em relação ao seu caso pessoal, bem como para saber dos últimos avanços da Medicina nesta matéria. A segunda questão que se colocou relativamente à ICSI é que o processo de miroinjecção de um espermatozóide no ovócito poderia causar danos. No entanto, um estudo realizado em 2003 em cinco países, em que se comparavam 541 crianças nascidas de ICSI, 440 provenientes de FIV e 542 de concepção natural mostrou que, aos 5 anos de idade, não existiam diferenças significativas entre as crianças provenientes de FIV e ICSI e as de concepção natural. Também neste caso recomendamos que, caso tenha dúvidas ou pretenda obter mais informações, contacte o médico da Ferticentro responsável pelo seu tratamento, com o qual poderá discutir mais pormenorizadamente o seu caso concreto.
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Os médicos disseram-me que eu tenho um risco aumentado de ter uma gravidez ectópica, pois as minhas trompas estão obstruídas. O que é isto? Numa gravidez ectópica o embrião começa a desenvolver-se fora do útero. Nestas situações os embriões localizam-se na maior parte das vezes nas trompas de Falópio, embora também possam ser encontrados nos ovários, colo do útero ou em outros locais do abdómen. O risco de ocorrer uma gravidez ectópica é ligeiramente maior nas mulheres que têm problemas nas trompas.Os sinais de alerta que fazem suspeitar de gravidez ectópica são essencialmente dor na parte de baixo do estômago e sangramento vaginal. Se se verificar a existência destes sinais, fazem-se ecografias e análises ao sangue para confirmar o diagnóstico. Nestes casos a gravidez não é viável e nas situações mais graves pode até ser necessária a remoção da trompa de Falópio. Nas mulheres com maior propensão para fazerem gravidezes ectópicas poderá ser necessário o recurso a técnicas de PMA (FIV ou ICSI) para se conseguir uma gravidez normal.
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O meu companheiro já tinha sido casado anteriormente e fez uma vasectomia. A operação para reverter a vasectomia não foi bem sucedida. Há alguma coisa que se possa fazer? Sim. Os espermatozóides podem ser recolhidos directamente a partir do epidídimo (que é o local onde estes são formados) ou dos testículos, por um processo de biopsia testicular. Depois de recolhidos, os espermatozóides são microinjectados nos ovócitos, pelo mesmo processo de uma ICSI com esperma recolhido normalmente.
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Há alguns anos fiz uma laqueação das trompas, pois tinha decidido que não queria ter mais filhos. Contudo, hoje tenho um novo companheiro e nós gostaríamos de ter um filho. Será que ainda é possível? É possível fazer-se nova cirurgia para recuperar o funcionamento das trompas. Neste caso, a probabilidade de sucesso será tanto maior quanto menos tempo tiver passado desde a laqueação. O recurso a tratamentos de FIV ou ICSI é outra das possibilidades terapêuticas para estas situações, pois os ovócitos são recolhidos directamente a partir dos ovários, a fecundação ocorre em laboratório e os embriões formados são transferidos directamente para o útero.
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Estou a atravessar um período de grande stress. Será que é por isso que eu não consigo engravidar? Não há ainda uma resposta clara para esta pergunta, mas muitos especialistas pensam que o stress possa ser uma das causas de infertilidade. Hoje em dia já não existem dúvidas de que a produção de hormonas é afectada por factores como a ansiedade e a tensão nervosa e há até estudos que têm associado o stress a espasmo das trompas de Falópio. No homem o stress parece afectar a produção de esperma.
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É verdade que quem toma medicamentos para o tratamento da infertilidade tem maior risco de ter uma gravidez de gémeos ou triplos? É verdade que os medicamentos utilizados para estimular a ovulação tornam mais provável a ocorrência de uma gravidez múltipla (isto é, de gémeos, triplos ou até de mais crianças, em casos muito raros). No entanto, existem algumas medidas que os médicos tomam para evitar que isso aconteça. Por exemplo, quando se está a fazer a estimulação hormonal para uma IIU, por vezes é necessário cancelar o ciclo quando se produz um número demasiado elevado de folículos (“sacos” de ovócitos), pois isto aumenta a probabilidade de gravidez múltipla. No caso dos tratamentos de FIV e ICSI, o risco de triplos diminui se se transferirem apenas até 2 embriões em cada ciclo de tratamento.
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É muito frequente os casais recorrerem a técnicas de PMA? A aplicação de técnicas de PMA já permitiu o nascimento de mais de 3 milhões de crianças em todo o mundo. Há países da Europa Ocidental, como por exemplo a Dinamarca, em que os tratamentos de PMA são já responsáveis por cerca de 5% dos nascimentos anuais. Ou seja, a PMA é cada vez mais uma forma “normal” a que os casais recorrem para ter filhos.
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Como posso aumentar a minha fertilidade? A adopção de um conjunto de pequenas alterações ao estilo de vida pode ajudar a maximizar a fertilidade dos casais. Aqui ficam cinco conselhos simples: - Manter uma dieta equilibrada, completa e variada ajuda a assegurar que o organismo se mantém saudável e com capacidade de conceber e nutrir um bebé em desenvolvimento; - Manter um peso saudável ajuda a maximizar a fertilidade, pois quer a obesidade, quer um peso demasiado baixo podem causar perturbações no ciclo menstrual; - Algumas doenças sexualmente transmissíveis, como por exemplo a clamidíase, podem bloquear as trompas de Falópio e deste modo impedir a ocorrência de gravidez; - O consumo excessivo de álcool pode danificar os espermatozóides e ovócitos; - O consumo de tabaco e drogas pode interferir com a ovulação na mulher e reduzir o número de espermatozóides no homem.