É aconselhável que antes de tentarem engravidar os casais introduzam algumas alterações ao seu estilo de vida que, por um lado, aumentam a probabilidade de se conseguir a gravidez, e por outro contribuem para diminuir o risco de complicações durante a gestação.
Eis alguns conselhos, que podem ajudar a melhorar o estado de saúde quer dos futuros pais, quer das crianças que vêm a caminho:
Controlar o peso: quer a obesidade, quer um peso demasiado baixo podem afectar a produção de ovócitos na mulher, baixar a probabilidade de engravidar e aumentar o risco para determinadas complicações durante a gravidez;
Alimentação: São várias e muito conhecidas as associações entre alguns alimentos e a fertilidade. Nos últimos anos vários estudos têm sugerido novas relações, que quase sempre chegam às secções de curiosidades da imprensa generalista e das quais ouvimos falar com alguma frequência. Eis alguns exemplos:
Zinco (presente nas carnes vermelhas, mariscos, ostras e em alguns queijos): alguns estudos referem que o consumo deste elemento pode aumentar a fertilidade masculina, pois por um lado aumenta a produção de testosterona e por outro ajuda a reparar as agressões produzidas aos espermatozóides por outros elementos. Na mulher, a deficiência em zinco está associada ao risco de aborto espontâneo;
Alimentos biológicos: estão cada vez mais documentados os efeitos dos pesticidas sobre a fertilidade masculina, que podem ser extremamente significativos. Uma dieta baseada em produtos biológicos será seguramente mais saudável e conterá menos vestígios deste tipo de produtos;
Vitaminas do grupo B (legumes diversos, bananas, algumas carnes): associadas à promoção da ovulação e à produção de progesterona, uma hormona extremamente importante na manutenção da gravidez após a concepção;
- Vitamina C (laranjas, pimentos, brócolos): promove a absorção de ferro e a produção da progesterona. Tem ainda efeito anti-oxidante;
- Coenzima Q10 (cereais, frutos secos, peixe): vários testes encontraram associações claras entre o seu consumo e o aumento da fertilidade masculina e feminina;
- Vitamina D (salmão, ostras): é essencial para a produção das hormonas sexuais, existindo estudos que mostram uma associação clara entre a respectiva deficiência e a infertilidade. Uma boa exposição solar (mesmo com os riscos que daí advêm) pode assegurar a manutenção dos níveis adequados desta vitamina, pelo que nem sempre faz sentido a utilização de suplementos alimentares de Vitamina D;
- Vitamina E (óleo e sementes de girassol, avelãs, amendoins): tem um potente efeito anti-oxidante, o que a torna sobretudo eficaz na fertilidade masculina.
- Ácido fólico (fígado, lentilhas, feijão, espinafres): deve ser tomado por todas as mulheres que tentam engravidar pelo seu papel na prevenção de defeitos do tubo neural (como por exemplo a espinha bífida), mas estão também reportados efeitos benéficos na qualidade do esperma. Um estudo americano revelou que os homens com deficiência de folato apresentavam uma percentagem de espermatozóides normais 20% inferior aos que tinham níveis normais.
Deixar de fumar: estão demonstradas as associações entre o tabagismo e a incidência de infertilidade e menopausa precoce, nas mulheres e problemas no esperma, nos homens. As mulheres que fumam diminuem a sua probabilidade de engravidar em cerca de 40%. O tabagismo está também associado ao nascimento de bebés prematuros e/ou com baixo peso ao nascer;
Manter uma vida activa: a prática regular de exercício físico ajuda a aliviar o stress através da estimulação das “hormonas da felicidade” (as endorfinas) e também contribui para o controlo do peso corporal. Contudo, não é necessário exagerar: bastam entre trinta minutos a uma hora de actividade física moderada, como por exemplo caminhar, nadar, correr ou dançar;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas: nas mulheres, a ingestão exagerada de álcool pode aumentar o risco de aborto espontâneo e no homem afecta a qualidade do esperma;
Evitar o consumo de drogas: mesmo as drogas leves como o haxixe podem afectar a fertilidade. Há também medicamentos que não devem ser tomados durante a gravidez ou quando se está a tentar engravidar. Nestes casos, recomendamos que se aconselhe com o seu médico para avaliar a possibilidade de se optar por uma medicação alternativa;
Aprender a lidar com o stress: embora ainda seja controversa a associação entre o stress e o aparecimento da infertilidade, há pelo menos uma certeza: os casais que estão a ser sujeitos a exames e tratamentos de infertilidade vivem momentos extremamente stressantes. Deste modo, é importante encontrar formas de relaxamento, como por exemplo praticar desporto, fazer massagens, ioga, etc., conforme a disponibilidade e gosto de cada casal.