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Insuficiência Ovárica

Insuficiência Ovárica

Por Ferticentro
Publicado a 2019-07-02

A insuficiência ovárica é a condição clínica que traduz a incapacidade dos ovários de uma mulher funcionarem regular e normalmente, quer na sua função endócrina (produção de hormonas), quer na sua função reprodutiva (produção de um ovócito fertilizável em cada ciclo).  

Insuficiência Ovárica

 
A insuficiência ovárica é a condição clínica que traduz a incapacidade dos ovários de uma mulher funcionarem regular e normalmente, quer na sua função endócrina (produção de hormonas), quer na sua função reprodutiva (produção de um ovócito fertilizável em cada ciclo).

Estudos indicam que afectará cerca de 1/100 das mulheres com menos de 40 anos, 1/1000 mulheres com 30 anos e 1/10000 mulheres com 20 anos (Coulam CB, et al.,1986), sendo que entre 4-33% dos casos parece existir uma história familiar associada, o que sugere uma predisposição genética para esta patologia (Goswami D, Conway GS, 2005).

A explicação reside no facto de que o número de ovócitos com que uma mulher nasce já está predefinido. Na verdade, ele atinge o seu máximo ainda antes do seu nascimento. Por volta da 16ª a 20ª semana de gestação, o feto feminino possui cerca de 6 a 7 milhões de ovócitos, mas esse número decresce progressivamente, estimando-se que, ao nascer, as meninas sejam portadoras de apenas 20%. Atingindo a puberdade, restarão 300.000 a 500.000 ovócitos, e durante os próximos 30 a 40 anos de vida reprodutiva, apenas 400 a 500 deles serão seleccionados para serem ovulados. Ao longo do tempo, além de se acelerar a perda do número de ovócitos por ciclo, a sua qualidade também vai diminuindo.

Existem condições médicas que agravam esta normal evolução, quer reduzindo o número inicial de ovócitos (deplecção), quer acelerando ainda mais o número de ovócitos perdidos em cada ciclo (disfunção). As causas podem ser hereditárias (síndrome de Turner, Síndrome X Frágil, metabolopatias …), ou adquiridas (doenças auto-imunes, cirurgia, quimioterapia, radioterapia …).

Manifestações possíveis das alterações hormonais, como alterações do ciclo e sinais de défice de impregnação estrogénica, nem sempre estão inicialmente presentes, pelo que, sobretudo em idades mais jovens, o diagnóstico de insuficiência ovárica é feito no contexto de um estudo da infertilidade.

A avaliação ecográfica (contagem de folículos antrais) e hormonal (doseamentos das hormonas ováricas e hipofisárias), ajudam a definir o diagnóstico. A FSH, Estradiol e AMH são as mais utilizadas, mas outras análises e exames podem ser utilizados acessoriamente na pesquisa da sua causa.

A orientação e terapêutica das mulheres afectadas vai, obviamente, depender de cada situação clínica e do seu projecto reprodutivo.

Mulheres que não desejam engravidar, e desde que não apresentem contra-indicação, podem fazer terapêutica com hormonas de substituição a qual, além de aliviar os sintomas associados ao défice estrogénico, ajuda a prevenir a perda de densidade óssea.

Para aquelas que desejam engravidar, apesar de ainda nenhum tratamento ter demonstrado melhorar efectivamente a taxa de ovulação ou restaurar a fertilidade, é importante lembrar que essa possibilidade, embora reduzida, não está anulada. Ao contrário da menopausa fisiológica, poderão registar-se períodos de normal funcionamento, e cerca de 5 a 10% das mulheres conseguem engravidar espontaneamente, sem qualquer tratamento.

As mulheres em risco de insuficiência ovárica e/ou que pretendam preservar a sua fertilidade podem optar pela criopreservação do seu tecido ovárico ou dos próprios ovócitos em idade jovem ou previamente a tratamentos potencialmente tóxicos (cirurgia, quimioterapia, radioterapia, etc.), e adiar o projecto reprodutivo para um período posterior e mais favorável.

Finalmente, para aquelas em que (já) não é possível a utilização de ovócitos próprios, a opção por tratamentos com recurso a ovócitos doados ou a embriões doados, permitem-lhes alcançar e vivenciar a gravidez desejada e concretizarem, assim, o projecto da maternidade.